Durante os meses de novembro de 2018 a fevereiro de 2019, a comunidade de Raposa, município da região metropolitana da capital São Luís (MA), pôde obter uma série de capacitações sobre arquitetura bioclimática, área que compreende conceitos e vivências sobre novos modelos de habitação, incorporando a observação da climatologia local e a necessidade de se conservar o ecossistema do ambiente.
As sete oficinas ofertadas apresentaram temas referentes a construções sustentáveis, como ecotecnologia de taipa de pilão e solo cimento, técnicas de revestimento de pisos, paredes e tetos, luminárias, forros e itens de mobiliário. A metodologia incluía exposições teóricas e prática, na qual cada aluno pôde participar ativamente na feitura das técnicas.
As capacitações fazem parte do projeto “Arquitetas em Casa”, executado pelo Instituto Maranhão Sustentável, ONG que tem como missão “promover e apoiar o desenvolvimento autêntico, pautado nos valores socioambientais, gerando empoderamento social e valorização do patrimônio cultural e socioambiental”, atuante há oito anos no estado.
O projeto tem o objetivo de contribuir para garantir direito à moradia digna, segura e sustentável para famílias de Raposa, por meio de sensibilização das pessoas da região para o uso de soluções tecnológicas de construção sustentável e de baixo custo. A partir da mobilização da comunidade, foram ofertados os cursos que demonstram a viabilidade de promover melhorias qualitativas nas habitações, capacitando para a incorporação de novos materiais de construção, a partir do reuso e reciclagem, mais acessíveis e de baixo custo.
Nas oficinas de Revestimento Sustentável, distribuídas em três módulos, fez-se o uso, por exemplo, de tampas de garrafas pet, tampas plásticas de desodorante, sobras de azulejo, embalagens de leite longa vida, pneus e garrafas de vidro como materiais alternativos para confecção e assentamento de revestimentos de parede, piso e teto. Já na oficina de forros e luminárias, foi utilizada a palha de coqueiro, palmeira amplamente encontrada na região e que, com trançado único, também serviu como material de construção.
Para realizar as atividades, o projeto conta com equipe multidisciplinar que, além de arquitetas, conta com bióloga, comunicadora, mobilizadora social, assistente social e estudantes monitores, sob mentoria da professora Dr ª Sanadja de Medeiros, especialista em Conforto Ambiental e Sustentabilidade.
O projeto agora segue para nova etapa, na qual realizará visitas e assistências técnicas em moradias da região, para que as arquitetas possam, com criatividade e sustentabilidade, planejar um futuro modelo de habitação para a comunidade de Raposa, respeitando o meio ambiente e todos os seres que coabitam nele.