Compartilhamos a matéria "Painéis solares oferecem futuro brilhante a escola do Rio de Janeiro", produzida pela jornalista Maria Martha Bruno da mídia The Brazilian Report, traduzida ao português pelo voluntário da Revolusolar Daniel Grael.
Link da notícia no seguinte link:
"Nos últimos anos vêm ficando cada vez mais difícil associar a palavra favela a notícias positivas. Especialmente quando falamos do Rio de Janeiro, onde o turismo nas comunidades floresceu durante a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos e, subsequentemente, acabou mergulhando em uma crise econômica e de segurança pública. Assim sendo, quando mencionamos "favela", a primeira coisa que usualmente vem à mente é pobreza ou violência.
Nós do The Brazilian Report frequentemente destacamos as experiências positivas ocorridas nas favelas brasileiras, local onde vivem 12,3 milhões de pessoas em todo o país e, contra todas as probabilidades, constantemente surgem projetos surpreendentes e ousados. No Rio de Janeiro, na Favela da Babilônia, uma grande comunidade de 3.800 pessoas que fica na vizinha menos famosa de Copacabana, Leme, uma escola visa retornar do final do período de férias com sua capacidade máxima: aproveitando a luz do sol que brilha no morro o ano inteiro.
Depois de um corte orçamentário por parte do governo municipal e também de uma ONG Sueca que vinha ajudando a manter a Escola Tia Percilia por 25 anos, uma ONG local chamada Revolusolar decidiu dar uma importante contribuição para manter o lugar vivo e, dessa vez, fazê-lo de maneira sustentável ao meio ambiente. Semana passada, a ONG instalou 12 painéis solares na escola que irão gerar 6.000 kWh por ano.
"O sol está aqui para nós todo dia, então por que não utilizá-lo para melhorar nossas vidas? O projeto está tentando reabrir definitivamente a escola. Esse é o nosso sonho", diz Adalberto Almeida, fundador da Revolusolar e habitante da Babilônia por 18 anos. Criada em 1991 pela líder comunitária que leva seu nome, a Escola Tia Percilia oferece educação gratuita para os jovens locais, mas vem lutando para se manter com as portas abertas. Almeida diz que a energia chega a custar R$5.000 (cinco mil) por ano.
"Ao poupar esse dinheiro, nós queremos ajudar a escola a contratar professores e retornar a rotina diária de aulas", ele afirma.
No momento, a Revolusolar também ocupa as salas da escola dando aulas sobre sustentabilidade as crianças. Porém a maioria das salas de aula continuam vazias e aguardando por professores.
A escola como "o lugar para ser e estar"
O projeto no Rio de Janeiro foi inspirado por dois objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, escolhidos para atacar alguns desafios globais como a pobreza e a mudança climática até 2030. De uma lista com 17 objetivos, Revolusolar escolheu o objetivo 11 que visa "tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis" e o objetivo 12, que é o de "Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis".
Como técnico de instalação de painéis solares, Adalberto fez parceria com o Fundo Socioambiental CASA e com outras duas companhias brasileiras para a compra e instalação dos equipamentos. Os moradores locais ficarão responsáveis pela manutenção dos painéis e estão sendo treinados pela Revolusolar para a tarefa.
"Considerando tudo que a Escola representa para a comunidade e o momento pelo qual estamos passando, decidimos que esse é o lugar que precisávamos ajudar", diz Almeida.
Além de ensinar crianças na Escola Tia Percilia, o técnico e sua ONG vão começar a ensinar mulheres da comunidade a trabalhar com a energia solar e os princípios centrais da sustentabilidade."