Grupo formado por moradoras da Zona Norte realiza ações para enfrentar insegurança quando se deslocam a pé; no sábado ocorre intervenção com graffiti e colagem de adesivos
No dia 2 de fevereiro, a partir das 10h00, o "Coletivo Mulheres da Zona Norte por uma SP Segura e Sustentável" promove intervenções para melhorar as condições de segurança e mobilidade para quem se desloca a pé na região do Terminal Santana. A atividade inicia com uma roda de conversa sobre como a ação comunitária pode contribuir para que os espaços públicos promovam bem-estar para todas as pessoas, realizada em uma das salas de atividades anexa à igreja Sant'Ana (Rua Voluntários da Pátria, 2060 - ao lado da estação Santana do Metrô). Participam do papo representantes dos coletivos Mulheres da Zona Norte por uma SP mais Segura e Sustentável, Magic Minas e Movimento de Mulheres de Heliópolis. Já a partir das 11h00 começa uma série ações nas ruas do entorno. A graffiteira Cleo Moreira renovará um dos graffitis do Museu Aberto de Arte Urbana (MAAU), na altura do número 2867 da avenida Cruzeiro do Sul, enquanto artistas de rua se apresentam e interagem com o público usando a arte para falar sobre mobilidade sustentável e segurança de mulheres e meninas na cidade. Além disso, serão colados adesivos em paradas de ônibus estratégicas do local com informações detalhadas sobre as linhas que passam por ali e outras informações relevantes, como números para denúncias de violência de gênero.
Esta é a realização das últimas intervenções de uma série de ações colocadas em prática na região a partir de propostas feitas pelas próprias mulheres moradoras da zona norte, como soluções para melhorar as condições de segurança de gênero e caminhabilidade de um dos principais polos de transporte público da cidade de São Paulo, o terminal Santana. Trata-se de uma continuação do projeto Mulheres Caminhantes! Terminal Santana (cocriado pelo SampaPé! e pela Rede MAS - Mulheres Atuando pela Sustentabilidade em parceria com o Fórum das Mulheres da Zona Norte), que fez um diagnóstico participativo da qualidade da segurança de gênero no espaço público e da mobilidade sustentável no entorno do terminal.
Em novembro de 2018, o mesmo grupo de mulheres espalhou lambe-lambes com mensagens de incentivo a mulheres a denunciarem o assédio sexual em espaços públicos, além de promover um “lanternaço” - uma ação criativa, na qual mulheres caminharam à noite pelas ruas de Santana carregando lanternas. O intuito é chamar a atenção, do poder público e da sociedade como um todo, para os elementos da cidade que ampliam a insegurança de meninas e mulheres quando se deslocam a pé, como a falta de iluminação e informações nas ruas, obstáculos nas calçadas, pouco movimento e comportamentos violentos e machistas.
O projeto Mulheres Caminhantes!
Cidades mais seguras e sustentáveis pensadas a partir das vivências e perspectivas das mulheres - esse é o objetivo do projeto Mulheres Caminhantes! Terminal Santana, realizado em 2017 com o apoio da WRI Brasil. A primeira etapa consistiu em mobilizar mulheres da Zona Norte de São Paulo para refletir sobre como a cidade pode ser mais segura e confortável para todas as pessoas. O relatório do projeto, que pode ser acessado aqui, traz reflexões sobre como a cidade apresenta dificuldades para que as mulheres se desloquem e vivam o espaço público com qualidade e segurança. A segunda etapa do projeto, por sua vez, consiste em implementar soluções cidadãs para melhorar os espaços públicos a partir da perspectiva de gênero e da mobilidade sustentável. Essa etapa foi contemplada pelo programa CASA Cidades, com o apoio financeiro do Fundo Socioambiental CAIXA e OAK Foundation. Conheça mais sobre o projeto neste vídeo.